CONVERSANDO SOBRE MEDIUNIDADE
26. A responsabilidade de ser espírita
Participação especial de Caroline Treigher
Estava ontem conversando com uma amiga, Thalita Maranhão, que também é palestrante espírita, sobre a responsabilidade assumida quando nos propomos a divulgar o Espiritismo. Aquela frase de Saint-Exupéry, imortalizada pela raposa em O Pequeno Príncipe, tem nesse fato uma justa aplicação: "Tu te tornas responsável por aquilo que cativas." Verdade.
Quando subimos à tribuna para falar do Espiritismo, o público nos vê como a própria doutrina que professamos. E não é justo para com esta doutrina, que tanto bem nos faz, não mostrarmos pelo próprio exemplo o seu valor.
Não é que devamos sustentar uma farsa, fingindo uma iluminação que estamos longe de alcançar. Mas devemos estar atentos para não ir contra ao que pregamos. É uma questão de coerência.
O Espiritismo, por ser desprovido de rituais, não favorece que existam os que se dizem espíritas simplesmente por cumprirem esta ou aquela formalidade de culto. Não se é espírita por participar de reuniões mediúnicas ou aplicar passes. "Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelo esforço que faz em domar as más inclinações."
Mas temos hipocrisia suficiente para tentar ignorar essas palavras da codificação e achar que ser espírita é tão somente frequentar um Centro Espírita. Ou conhecer as obras espíritas (ainda que não se ponha em prática uma só linha delas!).
Não, não, espíritas assim, quando propalam o Espiritismo, podem até ter boas intenções, mas fazem mal ao movimento espírita.
Acho que ser um palestrante, médium, trabalhador espírita é uma grande responsabilidade. Não digo grande no sentido de envaidecer, mas de conscientizar. Pois falo, como a raposa, da responsabilidade pelo que cativamos.
Por isso digo que trabalhar no Espiritismo é como instalar uma sirene no cérebro, a apitar sempre que nos afastamos do propósito pelo qual reencarnamos: o crescimento espiritual.
Que sejamos sempre fortes e determinados nesse objetivo, resistindo às tentações multisseculares dos hábitos viciados!
Assim seja.
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