CONVERSANDO SOBRE MEDIUNIDADE
8. Virei médium, mas eu não queria...
Fortaleza, 19 de março de 2015
“(...) cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium (...)” Allan Kardec, em O livro dos médiuns, Introdução
Tenho observado em muitas pessoas o medo quando a mediunidade esta desabrochando. Em conversa com alunos do Curso de Educação Mediúnica do GEPE, sempre ouço a seguinte afirmativa "depois que comecei a fazer este curso eu piorei, pois eu não sentia nada e agora passei a sentir 'coisas', a ver, a ouvir e está acontecendo coisas que me assustam e eu não estou gostando. Antes eu não sentia nada e agora estou sentindo."
É interessante, como muitos de nós vemos a mediunidade como um problema, não aceitando ser médium, não aceitando a mediunidade.
Os Espíritos nos ensinam por meio de Kardec que os médiuns possuem uma predisposição orgânica, o nosso físico veio nesta reencarnação preparado biologicamente para o exercício da mediunidade, para quando chegar o momento previsto no planejamento reencarnatório a mediunidade eclodir.
Sabemos que muitas vezes não queremos, não gostamos, não aceitamos, rejeitamos a mediunidade e por isso sofremos. Todas as formas de não aceitação geram conflitos internos e muitas vezes externos, ocasionando um grande desperdício de energia física, mental e espiritual. É semelhante a querer atravessar um rio e fazer isso contra a correnteza. Poderemos chegar ao outro lado, mas chegaremos muito cansados, fatigados.
Uma vez em uma palestra do Richard Simonetti ele comparou a mediunidade programada, quando do planejamento reencarnatório, a um empregado de uma empresa que participa de um treinamento específico com duração de 30 dias, onde a empresa investe na sua aprendizagem com pagamento de diárias, hospedagem, alimentação, passagem aérea, instrutor, material didático e ao final do treinamento é considerado apto, mas quando volta para o local de trabalho informa que não exercerá a função em que recebeu treinamento, porque não quer, tem medo, é difícil etc.
Assim também se dá com o médium, pois houve um investimento da espiritualidade, houve uma preparação, ajustes no organismo no campo físico e psíquico. Mas, infelizmente, o médium não admite a mediunidade, não faz a sua reforma íntima, não se ajuda e nem ajuda ao próximo, sofrendo pela não aceitação.
Relembro também o filme Sexto Sentido, em que o personagem principal, o garoto, possui uma variedade de mediunidades, de vidência, de efeitos físicos, audiência, lembranças do que ocorreu no local no passado.
Naturalmente, por desconhecer a origem dos fenômenos, é natural o seu medo, e por isso ele sofre, sendo acusado por sua mãe pelo desaparecimento de objetos e desorganização da cozinha. Ações que não eram cometidas por ele diretamente, mas sim por Espíritos que se utilizavam da sua propriedade de médium de efeitos físicos. A sua vida era um tormento, um eterno sofrimento semelhante ao que ocorre com muitas pessoas que passam por situações semelhantes à dele, e não sabem como lidar, como agir.
No filme há um divisor de águas para o garoto quando ele descobre que é procurado pelos que já morreram, os Espíritos, porque eles precisam da sua ajuda. O filme retrata este momento quando ele vai ao velório de uma garota, cuja morte foi causada por envenenamento, e ela o procura para ajudá-la a desvendar o mistério. Ele coloca a prova do crime, gravada em uma fita VHS no aparelho de videocassete existente na sala e desmascara a madrasta da garota. Ao ir embora ele se despede da garota, que está em um balanço no jardim na frente da casa. E assim ele passa a conviver com a sua mediunidade, ajudando aqueles que lhe procuram e passando a viver em paz consigo.
O convite para hoje é procurar entender, educar, desenvolver e aceitar a mediunidade. Compreendendo que ela não surgiu do acaso, fortuitamente.
Aceitar a mediunidade é o recado que deixo.
Ficha técnica:
Texto - Anibal Albuquerque
Arte - Weyne Vasconcelos
Revisão - Idejane de Melo
Mídias Sociais - Marcos Lima Domingues
Nenhum comentário:
Postar um comentário