domingo, 24 de dezembro de 2017

101. EM BUSCA DA FELICIDADE

REFLEXÃO ENTRE NÓS
101. Em busca da felicidade

Fortaleza, 5 de novembro de 2017
por Aníbal Albuquerque

"Ao que muito pegou, nada sobrou; ao que pouco pegou, nada faltou" Apóstolo Paulo, 2 Coríntios 8:15

Desde agosto último, venho realizando palestras com a temática "A terapêutica espírita como auxílio no tratamento da ansiedade e depressão", desde a fase de pesquisa de conteúdo até hoje, no processo de depuração e lapidação do conteúdo, tenho observado a busca desenfreada da sociedade na busca da felicidade, mas sem consegui-la.

Parece inacreditável, mas o Brasil de acordo com dados de 2015, da Organização Mundial de Saúde - OMS, está em primeiro lugar no ranking de ansiedade do mundo e, em quinto lugar quando o assunto é depressão. Colocando em números o percentual de brasileiros ansiosos representa 9,3% (18,6 milhões), enquanto de deprimidos o percentual é de 5,8% (12 milhões), totalizando mais de 30 milhões de brasileiros.

São números que impressionam até porque trata-se de um país ensolarado, com muitas festividades, com uma diversidade religiosa e uma variedade de atividades de lazer.

A cada palestra uma das primeiras perguntas que faço é "- Quem aqui é ansioso?" Basicamente a totalidade da plateia levanta a mão, são poucas as pessoas que permanecem como se encontram. Provavelmente, por manterem o nível de ansiedade dentro da normalidade ou porque têm vergonha. Fico me perguntando, como explicar melhor essa realidade?

A ansiedade em si não é ruim, todos somos ansiosos, mas em níveis que possamos administrar. Quem não fica ansioso em uma entrevista de emprego? E quando necessita falar em público? Quando deseja conquistar o amor de alguém? A ansiedade saudável nos move para a frente, trazendo a evolução pessoal e da sociedade.

Para encontrar uma explicação plausível, faço referência à frase inicial de nosso artigo, onde Paulo em uma de suas cartas aos Coríntios, menciona um dos problemas da humanidade, a fome pelo desejo. Desejo por objetos, pessoas, poder, dinheiro, alimentos etc. Quando ele escreve "ao que muito pegou, nada sobrou", é uma clara demonstração do exacerbado querer por posses, por poder, acumular e não se saciar. Sempre estar olhando para a frente e nunca apreciar e aproveitar o que possui.

A sociedade brasileira está estarrecida e indignada com as revelações da operação Lava-Jato e seus desdobramentos. Quanto dinheiro! Quanta corrupção! E as pessoas envolvidas não se satisfazem com o que tem, que já não é pouco.

No complemento da frase, Paulo dá o seu arremate final ao nos ensinar que "aquele que pouco pegou, nada faltou", demonstrando claramente que essa pessoa é feliz com o que tem, está satisfeita, basta-se, não fica alimentando desejos infrutíferos, irrelevantes, tornando-se uma pessoa feliz, estável, equilibrada e centrada. Ao mesmo tempo, é importante destacar que nesse ensinamento Paulo não fala da pobreza ou riqueza material, mas da riqueza espiritual, por estar inteiro, pleno, íntegro e satisfeito consigo e com o próximo. Em conexão muito estreita com as coisas de Deus e, é claro, com Ele! Em nenhum momento, identifico esse ensinamento com a necessidade do homem desprezar suas conquistas pessoais, profissionais e materiais, mas sim saber desejá-las, possuí-las e sabiamente colocar-se à disposição do outro.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 5, Bem-aventurados os aflitos, o Espírito de Fénelon nos deixa um ensinamento esclarecedor sobre o que estou tratando nesse artigo. No item 23, diz ele: "O homem vive em busca da felicidade sem parar, que também incessantemente foge dele, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. (...), pelo menos ele poderia gozar de relativa felicidade se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas tormentas – isto é, nos gozos materiais em vez de procurá-la nos gozos da alma, que são uma antecipação dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo o que o agitará e turbará, e, coisa singular! Como que de propósito, o homem cria para si tormentos que ele mesmo poderia evitar. (...), fica poupado de tormentos aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. (...). É calmo, porque não cria para si necessidades ilusórias. E a calma não será uma felicidade, em meio das tempestades da vida? Fénelon (Lião, 1860)

Para reflexão final deixo um trecho da entrevista de Augusto Cury ao programa Bom Dia PB, em que ele cita que estamos como mendigos emocionais, buscando a felicidade fora de nós em migalhas (bens materiais), quando há um delicioso banquete à disposição, primeiro dentro de nós e, assim, estaremos prontos para servir-se do que a vida material nos propicia. https://youtu.be/ySL4FMkBYiA

O convite final que deixo é "(...) FICA POUPADO DE TORMENTOS AQUELE QUE SABE CONTENTAR-SE COM O QUE TEM (...)".

Procure a paz em seu coração!


Texto - Aníbal Albuquerque
Revisão - não revisado
Criação da marca - Weyne Vasconcelos

Onde estamos:
Facebook - @entre2nós
YouTube - entre nós   
Blog - entre2nos.blogspot.com.br     
E-mail - entre2nos@gmail.com

Instagram - entre2nos

Nenhum comentário:

Postar um comentário