sábado, 1 de abril de 2017

90. ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL DE ENFERMAGEM


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ENTRE NÓS
90. ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL DE ENFERMAGEM

O artigo de hoje é uma participação especial de nosso querido confrade Ivando Amâncio da Silva Júnior, professor universitário e expositor espírita. Trabalhador abnegado e muito amoroso com o próximo.

Mas deixemos de conversa e vamos apreciar o artigo do nosso querido. Caso queira, deixe seu comentário e compartilhe com outras pessoas. Vamos divulgar e propagar o bem ao próximo.

Paz e luz em seu caminhar.

Aníbal Albuquerque


Antigamente o exercício da enfermagem esteve a cargo de religiosos, em diferentes épocas e lugares. Com o surgimento e propagação do cristianismo, muitos cristãos foram incentivados a levar cuidados para os doentes, pobres, viúvas e órfãos, onde prevalecia a religiosidade como fundamento espiritual, havendo com isso, a criação e abertura de instituições religiosas destinadas aos cuidados para os que necessitavam.

Florence Nightingale, a criadora da enfermagem moderna, recebeu toda sua formação em instituições religiosas, fazendo dessa profissão uma missão, definindo um perfil para a enfermeira da época, colocando os princípios religiosos acima de qualquer necessidade e passando a conceituar a enfermagem como arte e ciência.

A espiritualidade costuma ser conceituada como uma ligação direta entre o eu e os outros, com uma força de vida que alguns acreditam ser Deus, onde isso nos permite experimentar a autotranscedência e até mesmo encontrar o sentido da vida, que alguns chamam de significado da vida.

A religião é apenas parte do que se constitui a dimensão espiritual, no entanto, a fé em algo, independe de se ter religião, é um sustentáculo que o homem encontra para a vida, pois ela traz consigo a esperança, que faz parte da essência do homem, ou seja, está compreendida na dimensão espiritual, e é através dela, que se busca a felicidade, buscando ou encontrando um sentido para a vida. A dimensão espiritual consiste na liberdade de decisão, expressão, seja através do amor, das atitudes éticas, das dádivas, da força de sua fé, entre outras formas.

A partir dessa compreensão, o cuidado espiritual em enfermagem, que era baseado nos princípios religiosos, passa a dar ideia da dimensão noética na qual é própria do ser e tem identidade própria com uma força superior (Deus) passando a ser tratada pelo conhecimento e visualização do homem.

O desenvolvimento da assistência espiritual pelos profissionais de enfermagem  devem atender as necessidades humanas tanto do homem religioso quanto o irreligioso. A espiritualidade ajuda as pessoas a descobrir um propósito para a vida, a compreender suas vicissitudes e a desenvolver suas relações com Deus ou uma Força Superior. A religião, a arte, a ética, a natureza e o cuidado são formas que as pessoas utilizam para expressar sua espiritualidade e também ligações com instituições religiosas são necessárias para vivenciar o sentimento espiritual de si próprio.

Podemos dizer que o cuidado em enfermagem envolve fornecimento de conforto, manutenção de segurança, abordagem das necessidades físicas e emocionais, bem como o ensino de estratégias de enfrentamento do estresse tanto para pacientes quanto para sua família. O enfermeiro deve explicar o que está acontecendo, estar ao lado do paciente, se necessário ser seu confidente.

O enfermeiro consciente do compromisso de “estar com o outro”, deve reconhecer as limitações do campo psicofísico do cliente e tentar relacionar aos cuidados que devem prestar ao assistir o paciente de forma integral, com base em um relacionamento pautado no amor.

Para que o enfermeiro possa oferecer uma assistência espiritual de qualidade, ele precisa antes conhecer os valores e crenças do paciente assistido, deverá estar atento para avaliar a necessidade desse paciente, ou seja, ele terá que usar da sensibilidade para perceber quais são as reais necessidades apresentadas pelo cliente. Quando o enfermeiro usa de uma real observação, ele ouve o paciente com atenção, mostra-se interessado no que ele está falando e tenta passar confiança para que o paciente se sinta seguro em falar de si.

E mesmo quando o paciente apresentar uma situação de desesperança de vida é importante que o enfermeiro acompanhe e auxilie os seus últimos instantes, trabalhando a espiritualidade do cliente na perspectiva de vivenciar o processo de morte e morrer, sendo que o profissional terá que se autotranscender, com o intuito de encontrar um sentido diante daquele sofrimento, mesmo que não haja possibilidade de cura.

Vivenciar a espiritualidade pode ter um impacto positivo sobre a saúde. Os pacientes e suas famílias podem encontrar com frequência conforto e força emocional. Em alguns momentos, a doença e a perda de um ente querido podem chegar a provocar uma ausência de fé ou de significado de vida, bem como uma crise espiritual.

IVANDO AMANCIO DA SILVA JUNIOR – É professor da Faculdade Maurício de Nassau.


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Um comentário:

  1. Muito enriquecedor. E sempre bom saber que existe algo mais por trás dos bastidores da vida real. Gratidão 🙏

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