PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL ENTRE NÓS
90. ASSISTÊNCIA
ESPIRITUAL DE ENFERMAGEM
O artigo de hoje é
uma participação especial de nosso querido confrade Ivando Amâncio da Silva
Júnior, professor universitário e expositor espírita. Trabalhador abnegado e
muito amoroso com o próximo.
Mas deixemos de
conversa e vamos apreciar o artigo do nosso querido. Caso queira, deixe seu
comentário e compartilhe com outras pessoas. Vamos divulgar e propagar o bem ao
próximo.
Paz e luz em seu
caminhar.
Aníbal Albuquerque
Antigamente o
exercício da enfermagem esteve a cargo de religiosos, em diferentes épocas e
lugares. Com o surgimento e propagação do cristianismo, muitos cristãos foram
incentivados a levar cuidados para os doentes, pobres, viúvas e órfãos, onde
prevalecia a religiosidade como fundamento espiritual, havendo com isso, a
criação e abertura de instituições religiosas destinadas aos cuidados para os
que necessitavam.
Florence
Nightingale, a criadora da enfermagem moderna, recebeu toda sua formação em
instituições religiosas, fazendo dessa profissão uma missão, definindo um
perfil para a enfermeira da época, colocando os princípios religiosos acima de
qualquer necessidade e passando a conceituar a enfermagem como arte e ciência.
A espiritualidade
costuma ser conceituada como uma ligação direta entre o eu e os outros, com uma
força de vida que alguns acreditam ser Deus, onde isso nos permite experimentar
a autotranscedência e até mesmo encontrar o sentido da vida, que alguns chamam
de significado da vida.
A religião é apenas
parte do que se constitui a dimensão espiritual, no entanto, a fé em algo,
independe de se ter religião, é um sustentáculo que o homem encontra para a
vida, pois ela traz consigo a esperança, que faz parte da essência do homem, ou
seja, está compreendida na dimensão espiritual, e é através dela, que se busca
a felicidade, buscando ou encontrando um sentido para a vida. A dimensão
espiritual consiste na liberdade de decisão, expressão, seja através do amor,
das atitudes éticas, das dádivas, da força de sua fé, entre outras formas.
A partir dessa
compreensão, o cuidado espiritual em enfermagem, que era baseado nos princípios
religiosos, passa a dar ideia da dimensão noética na qual é própria do ser e
tem identidade própria com uma força superior (Deus) passando a ser tratada
pelo conhecimento e visualização do homem.
O desenvolvimento da
assistência espiritual pelos profissionais de enfermagem devem atender as necessidades humanas tanto
do homem religioso quanto o irreligioso. A espiritualidade ajuda as pessoas a
descobrir um propósito para a vida, a compreender suas vicissitudes e a
desenvolver suas relações com Deus ou uma Força Superior. A religião, a arte, a
ética, a natureza e o cuidado são formas que as pessoas utilizam para expressar
sua espiritualidade e também ligações com instituições religiosas são
necessárias para vivenciar o sentimento espiritual de si próprio.
Podemos dizer que o
cuidado em enfermagem envolve fornecimento de conforto, manutenção de
segurança, abordagem das necessidades físicas e emocionais, bem como o ensino
de estratégias de enfrentamento do estresse tanto para pacientes quanto para
sua família. O enfermeiro deve explicar o que está acontecendo, estar ao lado
do paciente, se necessário ser seu confidente.
O enfermeiro
consciente do compromisso de “estar com o outro”, deve reconhecer as limitações
do campo psicofísico do cliente e tentar relacionar aos cuidados que devem
prestar ao assistir o paciente de forma integral, com base em um relacionamento
pautado no amor.
Para que o
enfermeiro possa oferecer uma assistência espiritual de qualidade, ele precisa
antes conhecer os valores e crenças do paciente assistido, deverá estar atento
para avaliar a necessidade desse paciente, ou seja, ele terá que usar da
sensibilidade para perceber quais são as reais necessidades apresentadas pelo
cliente. Quando o enfermeiro usa de uma real observação, ele ouve o paciente
com atenção, mostra-se interessado no que ele está falando e tenta passar
confiança para que o paciente se sinta seguro em falar de si.
E mesmo quando o
paciente apresentar uma situação de desesperança de vida é importante que o
enfermeiro acompanhe e auxilie os seus últimos instantes, trabalhando a
espiritualidade do cliente na perspectiva de vivenciar o processo de morte e
morrer, sendo que o profissional terá que se autotranscender, com o intuito de
encontrar um sentido diante daquele sofrimento, mesmo que não haja
possibilidade de cura.
Vivenciar a
espiritualidade pode ter um impacto positivo sobre a saúde. Os pacientes e suas
famílias podem encontrar com frequência conforto e força emocional. Em alguns
momentos, a doença e a perda de um ente querido podem chegar a provocar uma
ausência de fé ou de significado de vida, bem como uma crise espiritual.
IVANDO AMANCIO DA
SILVA JUNIOR – É professor da Faculdade Maurício de Nassau.
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